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Como não olhar para "as coisas deste mundo".


Nestes poucos 29 anos que tenho de evangélico, costumo observar o comportamento cristão, focado principalmente em nosso amado povo evangélico, não somente como um crítico, mas numa avaliação para o meu próprio crescimento. Peço ao Senhor, em minhas orações, que o que escrevo sirva em primeiro lugar para me fazer aprender mais, me fazer exercitar, como Paulo diz, no "exercício da salvação". Por vezes somos pegos por pensamentos em que "cobramos" de Deus algum castigo para tamanho 'pecado' da sociedade moderna. Nos esquecemos da liberdade de escolha que o Criador deu a estas pessoas, assim como nós usamos dela antes de conhecermos o caminho da salvação. Muitos dos nossos irmãos, que outrora também eram parte do "mundanismo", apregoam o desejo de um castigo terrível sobre os que não querem nada com a igreja. E de tanto ouvirmos este tipo de pregação, aprendemos um evangelho punitivo, de um Deus que está pronto a castigar mediante qualquer erro que passe diante dos seus olhos. Não toleramos o pecado alheio, ao mesmo tempo que requeremos uma profunda compreensão referente aos nossos pecados. Quanto aos pecados das outras pessoas, pensamos ser os "fiscais" de Deus.

Como assistimos a todo momento transgressões terríveis no mundo, nos frustramos por não vermos um castigo imediato sobre os transgressores, como são relatados nas pregações em nossas igrejas. Até pecamos no pensamento, em cobrar do Senhor uma "mão pesada" sobre os inimigos da obra de Deus. Muitos chegam mesmo a amaldiçoar, desejando que algo de bem ruim venha a ocorrer na vida de algum desafeto. Não há, em seu coração, algum estímulo pela misericórdia, perdão, compreensão, para o pecador, como se este fosse o seu filho. Sempre que as acusações são dirigidas para as outras pessoas, há uma enorme facilidade em conclusões e condenações nos fatos que ouvimos alguém dizer. Quando acusações são sobre algum de nossos ente-queridos, ou alguém que prezamos, tentamos a todo custo explicar que "não foi bem assim".

Não é de hoje que a religiosidade desvia o foco do perdão, da redenção, para uma rigorosa cobrança por santidade. São tantos sermões com cobranças sobre como o cristão deve "andar", que se cria um estereótipo de crente verdadeiro, longe das "coisas do mundo", e que repudia a todo comportamento que não venha a se adequar aos dogmas que, na visão legalista, evidenciam a "santidade". Cada um cria em sua mente a imagem de um super-crente que vence a tudo e a todo tipo de inimigo, que não respeita a nenhuma outra opinião, e que os outros não sabem nada do que ele sabe sobre santidade, e começa a se espelhar nesta imagem. E inicia esta jornada pela pior parte: criticando, condenando, e se dirigindo aos outros com arrogância, sentindo-se na posição de um ícone da pureza cristã. Nem o Senhor Jesus se colocou em tal posição diante da mulher adúltera que seria morta a pedradas em João 8. Um pouco mais de conhecimento bíblico para perceber que seu comportamento é fruto apenas de uma imaturidade cristã.

Todos os dias inúmeras igrejas, com diferentes nomes, são inauguradas, afirmando serem os "resgatadores" da verdadeira sã doutrina, perdida na denominação de onde saíram. Para estes, fundadores de uma igreja "mais pura", as outras igrejas estão afundadas no "esgoto do mundanismo", mas que, segundo eles, Deus os levantou para mostrarem a todos nós como o crente deve ser. Um raciocínio pífio, infantil, que, quando não é orquestrado por algum espertalhão, mau caráter, com certeza é fundado por alguém que leva meia hora para conseguir ler um versículo, não sabe e nunca soube o que é um estudo bíblico, porque para ele estas coisas são "a letra que mata". (Detalhe: a letra da Palavra de Deus não pode "matar" ninguém. Paulo se referia, em 2º Coríntios 3:6, a letra da lei). O próprio Jesus advertiu: "Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam". (João 5:39)Os cultos neste lugares, tem muito pouco conteúdo na Palavra, e são seguidos de gritarias e advertências de que há um "mistério ali no meio da igreja". Com isso, se alguém duvidar da autenticidade do culto, logo a intimidação causa temor, pois é proibido pensar. Uma tática antiga, mas que funciona e manipula os incautos.

O mais engraçado é que quando um pastor toma uma posição CONTRA os usos e costumes de algumas denominações, qualquer falha dele o condena como um todo! Não há alívio. Não é exemplo de vida e acabou. Agora, os pastores, que são radicais, estes podem mentir, fazer fofoca, cair em adultério, comprar e não pagar, passar cheques sem fundos, enfim, fazer um monte de sujeiras, e quando se fala deles, aparece um pra dizer: "-Não fale isso, irmão...o homem é falho...não olhe para o homem (o pastor)...olhe para Jesus". Ora, porque usar de uma argumentação, num claro intuito de se defender uma determinada pessoa (o legalista), e este mesmo argumento não pode servir para o não-legalista? E outra: este conselho de "não olhar" para o "homem" é uma falácia para não se questionar os deslizes da liderança. Ou do contrário, se é para se olhar somente para Jesuso que ele faz ali como pastor?? O mesmo conselho alguns destes líderes parecem não seguir, quando se desligam de seus ministérios e fundam uma nova igreja. E em suas reuniões internas, as portas fechadas, eles não pensam em "não olhar para o ser humano". Descem a lenha, punem, excluem, quem ousar atrapalhar os seus interesses.

Um dos grandes problemas do pensamento legalista, é que não há, na visão que lhes foi passada sobre santidade, um meio termo no que diz respeito a decência. É o raciocínio radical do "ou é 8 ou é 80". Ou a mulher usa a saia, ou é prostituta. Nunca lhes serve de exemplo uma calça-comprida decente, como visto nas irmãs de igrejas que não não pregam "doutrinas" de usos e costumes. Alguns chegam a dizer que jamais visitariam as igrejas onde "todo mundo anda pelado". Esta é uma afirmação com um grau enorme de estupidez, pois podemos visitar inúmeras igrejas evangélicas que não são rigorosas quanto as vestes, e nem por isso os membros andam "pelados". Em nossa igreja, pessoas abandonam vícios, de lugares ou atitudes, sem precisar estar proibindo, com o risco de disciplina, suspensão, exclusão. E vemos estas pessoas sendo transformadas, libertas, e se tornarem uma bênção.

Quando uma liderança investe num posicionamento radical, no que diz respeito a santidade nas vestes, muitas vezes ela não tem noção de como isso é levado a sério pela membresia. As pregações contra o mundanismo alimentam a ideia de que o pastor e o ministério são radicalmente contra a quem não se adapta aos seus usos e costumes, que são, na visão deles, o referencial da santidade do cristão verdadeiro. Em alguns sermões, reuniões para novos-convertidos, e "cultos de doutrina", o pastor ou instrutor insiste em deixar claro que o crente deve ser "diferente". Esta diferença, porém, não trata do caráter, virtudes, bom comportamento, lealdade na palavra, mas da exteriorização da santidade. É a imensa força que algumas igrejas fazem para converter as pessoas de fora para dentro. Se esta diferença pregada por muitos destes estivessem nos âmbitos da decência, e fugindo do que a moda contemporânea impõe pela mídia, poderia ser melhor entendido como uma posição da igreja fora dos padrões realmente mundanos, e que devemos mesmo apregoar a santificação para aqueles que querem se santificar. Mas vai muito além disso. São regras e posicionamentos impostos, e visto até como uma "libertação". É a demonização da mulher que usa uma calça-comprida (mesmo que seja mais decente que algumas saias e vestidos justas no corpo), que usar uma maquiagem leve, brincos, ou o homem usar bermuda e camiseta. 

Toda essa credibilidade da igreja na postura radical do líder cai por terra, quando o pastor recepciona pessoas que são tidas como importantes na sociedade, figuras na política, esposa de políticos, e estas são recebidas em cima de seus púlpitos, e mesmos que elas não estejam dentro da "doutrina" da igreja, o pastor as abraça, e ainda as chama de "bênçãos" que Deus enviou ali. Uma bajulação no intuito de manterem a simpatia e o bom relacionamento com as pessoas de valor deste mundo. Com esta atitude, a indignação e revolta toma conta de muitos membros e obreiros, e a chamada "murmuração" (nome dado por alguns líderes aos questionamentos) assola a congregação. O líder se vê em "patas de aranha" para explicar o deslize de colocar uma mulher de calça no púlpito, esposa de algum deputado, prefeito, ou vereador, se ele mesmo prega que todas as outras mulheres que usam calça estão endemoniadas, possessas pelo espírito da sensualidade, e precisam ser "libertas". 

Respeito a todas as igrejas que mantém suas normas, seus estatutos internos. Tenho inúmeros amigos pastores em muitas destas igrejas, e eles gostam de dialogar comigo, porque debato assuntos e não pessoas. Não apelo para acusações pessoais no intuito de ganhar discussão, ou querer ser melhor que os outros. Meu posicionamento é sincero, e meu diálogo é centrado na Palavra de Deus. No fim da conversa até estes pastores amigos admitem que precisa haver um equilíbrio em cobranças por "santidade nas vestes" para não adentrar o caminho do fanatismo. Alguns chegam até admitir que nada disso tem ligação com santidade, mas que tem o receio de duas coisas: 1 - Perder do rol de membros os mais antigos; 2 - Perder os jovens do controle, e estes irem para outras igrejas. Tudo isso poderia ser resolvido, com muito estudo bíblico e amor sincero no corpo da igreja. E mesmo que alguns antigos viessem a se desligar alegando "falta de doutrina", perde-se por ano muito mais ovelhas por demagogia e hipocrisia por parte destes próprios radicais. 

E uma característica que só é percebida por pesquisadores neste tipo de igreja, é que muitas proibições tornam-se obsoletas a cada 20 anos. Uma enorme lista de "podes" e "não-podes" são esquecidas e junto com elas também são esquecidas o número de pessoas que foram advertidas, humilhadas em público, exortadas, suspensas, excluídas, por dogmas que hoje não fazem parte de nenhuma igreja, por mais severa que seja. Algumas igrejas proibiam usar shampoo; perfume; sabonete; beber refrigerantes; usar sandálias; mascar chiclete; comer pimenta; ir a alguma festa de aniversário de um não-crente (mesmo que fosse seu familiar); usar somente roupa social e camisas com mangas fechadas nos pulsos; uso obrigatório do chapéu ao homem, chegando a suspensão e exclusão em caso de desobediência. E hoje, nenhuma destas proibições vigoram mais. Azar de quem quis ser crente naquela época, ao menos neste tipo de denominação religiosa. Um senhor, que está em nossa igreja, foi expulso da denominação que fazia parte, nos anos 1970, porque tinha em casa uma tv preto e branco. Na época o pastor e o ministério disse que ele queria ver "as coisas deste mundo". Nos anos 1980 a tal igreja de onde ele fora excluído liberou a televisão. O pastor comprou a sua tv - e colorida! Os vizinhos, e a cidade em geral, comentou: "Agora o pastor pode ver as coisas deste mundo. E a cores!!!"

Muitas igrejas já proibiram muitas coisas em nome da "santidade", o que só impediu de mais almas virem para o caminho de Cristo. Só atrapalhou a pescaria de almas. Só excluiu milhares e milhares de almas. O exclusivismo religioso é uma mancha terrível na história de muitas igrejas evangélicas, e algumas, até hoje, cometem o mesmo erro. Alguns chegam a afirmar: "-Ninguém é obrigado a ficar na igreja rígida...basta ir congregar em outra igreja". Não funciona assim com os filhos que são jovens e adolescentes. Os filhos dos crentes que são membros destas denominações, não podem atender aos convites de passeio da escola, encontrar com os amigos na praia, ou em algum outro lugar de lazer, pois estariam fazendo "a vontade do demônio". E não podem, muito menos, mudar de igreja, pois estão sob a tutela dos pais. Há alguns pais que chegam a conseguir, por meio de contatos, amigos, algum "atestado médico" para tirar os filhos das aulas de educação física da escola, e não ter que usar vestes mundanas. Ou seja: mentir não é pecado, com falsos atestados, mas usar bermuda e camiseta é um pecado terrível.

Uma pena muitas igrejas de décadas passadas terem proibido ter televisão em casa, numa época de poucos canais, e se tivesse apenas 5 minutos em algum, quantas e quantas almas não poderiam ser alcançadas?! E atualmente, com inúmeros canais, com tanta coisa pior que aquela época que passa, liberam assistir tv, e dão de ombro, como se nada tivesse acontecido, como se nunca tivessem proibido nada. É triste saber que ainda hoje algumas denominações ainda tem em suas igrejas normas que são apregoadas como regras de salvação, e que, ao se referirem as outras denominações evangélicas, usam adjetivações pejorativas, como "portas-largas", igrejas "mundanistas", do diabo, e que todos os outros irão para o inferno, e somente eles alcançarão o céu. Regras que daqui a 20 anos mudam, como o camaleão que muda de cor, e que serviram para aumentar disciplinas, exclusões e apostasia.

Antes de ser pastor fiquei por cinco anos em um ministério como missionário. Ajudei a organizar reuniões, evangelismo, campanhas, etc. Com o tempo percebi que a igreja fugiu aos antigos propósitos e transformou o púlpito em palanque político (nessa época aconteceu muito isso em várias igrejas) e resolvi me afastar por não concordar com aquilo. Na minha opinião igreja é lugar de se apregoar o evangelho. E quase todo culto acontecia o mesmo. Quando o pastor percebeu que eu iria sair do ministério, organizou uma reunião para solicitar aos ministros que espalhassem o boato (com familiares, amigos, ou quem perguntasse por mim) que eu estava "em pecado"Isso porque ele tinha o grande receio da minha saída resultasse na abertura de uma nova igreja, concorrendo com a dele. Isso foi o que ele fez quando saiu do ministério que fazia parte, e como o bom julgador por si mesmo julga os outros, tinha medo que eu fizesse o mesmo com ele. E a sua genial ideia foi espalhar que eu teria cometido algum grave pecado, uma suposta "queda", e por isso eu havia me afastado dos cultos. Uma atitude que é, no mínimo, mundana, leviana.

Um dos obreiros, um evangelista, se opôs a espalhar o tal boato a meu respeito, e interrogou ao pastor se havia realmente a certeza que eu havia caído em pecado. O pastor disse que não era assunto a ser questionado, mas apenas obedecido. Mais uns dois obreiros também discordaram e sugeriram ao pastor uma reunião com a minha presença para se ter certeza do que havia acontecido comigo. Rapidamente o pastor optou aos obreiros "esquecerem aquilo". Mas deixou a ordem de não me colocarem para pregar em nenhuma das congregações.

Não estava mais em meus planos visitar nenhuma das igrejas deste ministério, assim como não tinha projetos de abrir igreja, muito menos próximo a dele. E nem de ficar "pescando em aquário dos outros", seu maior medo. As vezes fico sem entender como alguns pastores, pessoas que já tiveram grandes experiências, receberam bênçãos, sabem do que Deus pode fazer  quando oramos e cremos, e agem de má fé, caluniam, são mentirosos, tem atitudes mundanas, em que muitas vezes um incrédulo seria mais honesto e ético do que ele. Lamentável.

A bíblia nos orienta que a árvore se conhece pelos seus frutos, e não pelas suas folhas. Aparentemente uma pessoa pode estar bem vestida, mas o seu coração só Deus conhece. Assim algumas igrejas rígidas, com doutrinas rigorosas de roupas, consagram diariamente inúmeras pessoas a cargos eclesiásticos, que se vestem socialmente, obedecem as normas da igreja, mas são pessoas despreparadas, imaturas, sem nenhuma experiência, expressam suas frustrações todas no altar, aos berros no microfone da igreja, apregoam a moral e bons costumes, mas cheios de inveja, disputa de obreiros, etc. Não são todas as igrejas rígidas que agem assim. Há muitas igrejas sérias e muitos pastores íntegros. Porém, vivemos em uma época em que muitas igrejas precisam ser evangelizadas!

"O homem de Belial, o homem vicioso, anda em perversidade de boca. Acena com os 
olhos, fala com os pés, faz sinais com os dedos. Perversidade há no seu coração; 
todo o tempo maquina mal; anda semeando contendas"(Provérbios 6:12-14)

Denis de Oliveira é Pastor da Assembleia de Deus, Ministério Poder de Deus, RJ.

Porque há cristãos que se desviam da igreja?

Soou como uma bomba quando se espalhou a notícia que o "irmão Valtemir" se desviou da igreja. Era o presbítero mais procurado para orações! Entregava cada mistério que arrepiava os mais pentecostais e avivados da pequena cidade onde morava. "O homem tinha uma visão de raio-x", dizem muitos. O seu olhar na igreja fazia tremer quem estava em pecado. Os cultos que Valtemir pregava, ou dirigia, era fogo puro. Algumas meninas da mocidade, quando sabia que ele seria o pregador da noite, faltavam culto, saiam da igreja mais cedo, arrumavam qualquer desculpa para não ficarem na mira do olhar fuzilante do homem de Deus. Adultérios, fornicações, o que fosse, se tivesse de apontar, o homem apontava, e tinha razão! Muitos vinham ao altar chorando, e confessavam seus pecados. 

Porém hoje, quem deveria ir ao altar chorando seria o próprio Valtemir. Desviado, bêbado, triste, o homem que sacudia os cultos está no extremo oposto da fé cristã. Bebe até não aguentar mais, e volta para casa aos tombos. A esposa continua na igreja e nunca conseguiu entender tamanha apostasia. O nome "Valtemir" foi trocado, óbvio, para preservar a identidade. Mas o fato é real, e aconteceu não só com ele, mas com milhares de "Valtemir's" espalhados pelo mundo. Porque um homem que era tão usado por Deus, se desviou a ponto de viver como quem nunca conheceu o evangelho?

Prega-se tanta coisa no meio evangélico, que, por vezes, os próprios cristãos se vêem confusos em definir o que eles mesmos acreditam como regra de fé, e ideal no Reino de Deus. A cada momento surgem super-pregadores da Palavra, com mensagens "impactantes", frases de efeito, etc. Versículos bíblicos, que antes faziam parte de uma leitura devocional, agora são associados aos segredos da prosperidade financeira, dicas de um avivamento explosivo, vitórias sobre o inimigo, e outras interpretações. 

Enfim, o aprendizado evangélico atualmente, tem sido, para muitos, uma verdadeira colcha de retalhos, onde a definição não existe, mas apenas "sentimentos". Há cristãos que são guiados pelo famoso "senti que isso não é de Deus". A emoção é algo que, na maioria das vezes, confunde as pessoas, principalmente em se tratando de assuntos espirituais. A bíblia nos exorta de como enganoso é o coração do homem. A longo prazo a frustração é algo certo na vida de quem vive de "sentir", e não de entender as coisas segundo a Palavra de Deus. Com certeza, quem vive assim, é um futuro desviado da igreja.

"Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; 
quem o poderá conhecer?" (Jeremias 17:9)

Os sentimentos que muitos cristãos tem são, em sua maioria, contraditórios, confusos, e até hipócritas, diga-se de passagem. Partindo do princípio que "Deus não faz acepção de pessoas" (Romanos 2:11), não demora muito para se perceber os "dois pesos e duas medidas" no julgamento que muitos deles fazem. Como por exemplo, a 'cobrança' na fidelidade na vida de algum irmão. Quanto menos poder aquisitivo, ou seja, mais pobre a pessoa for, mais vulnerável a julgamentos ela é nos círculos dos "sentidores" das coisas de Deus. 

Se um irmão chega a pé em uma reunião, a cobrança por aparência e "santidade" é maior, do que com o irmão que chega em um carro novo. O irmão rico da igreja é visto como um "mistério", e seus deslizes, suas faltas aos cultos, suas vestes, suas atitudes mesquinhas, seu palavreado, é bem mais tolerado e perdoado do que o irmão mais humilde. O irmão pobre, que falta um culto, logo é cobrado. "-Porque o irmão fulano faltou o culto?" E justamente o que tem um bom automóvel, quase nunca é exortado.

"Mas vós desonrastes o pobre. Porventura não são os ricos os que 
vos oprimem e os que vos arrastam aos tribunais?" (Tiago 2:6) 

As chances do esfriamento espiritual neste caso envolve os dois, tanto o irmão pobre como o rico. Um, logo sentirá a indignação de ser chamado a atenção por motivos mais óbvios do que o irmão abastado, que tem melhor condição de se deslocar para a igreja. E o outro por ser tratado não pelo que ele é, mas pelo que tem, não amadurece na vida cristã. Vai ao culto quando quer, visita um zilhão de igrejas, e vive enfiado em tudo que é evento evangélico. É uma árvore sem raiz, mas muito respeitado pela grande maioria dos irmãos. Como pode uma pessoa "sentir" de chamar a atenção de um irmão, que é pobre, e nunca sentir o mesmo com o irmão que é empresário?! Logo percebe-se que este "sentimento" é fruto de um preconceito, comum também em pessoas não-cristãs. Ou seja, é uma atitude mundana! E as lideranças que assim se comportam, criam as cobras que futuramente irão lhes ferir. Ambos, se não se desviarem, num futuro não muito distante, e por motivos totalmente diferentes, saem, e abrem as suas próprias igrejas. Mais a frente ele repete o processo quando tiver um irmão rico em seu rol de membros.

"Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com trajes preciosos, e entrar também algum pobre com sórdido traje, e atentardes para o que traz o traje precioso, e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé, ou assenta-te abaixo do meu estrado, porventura não fizestes distinção entre vós mesmos, e não vos fizestes juízes de maus pensamentos?" (Tiago 2:2-4)

No início, após a gloriosa conversão, o cristão segue os conselhos e ensinamentos do pastor. Vai a Escola Dominical, reuniões de estudos bíblicos, enfim, tudo está muito bem até então. Com o tempo, o crente começa a achar que as profecias e revelações que ele ouviu em vigílias, montes e consagrações, o torna um "vaso" não reconhecido pela sua igreja e ministério. Durante o culto, ao ver algum irmão mais simples testemunhando ou pregando, comporta-se como um indignado. Tinha que ser ele! Sai de dentro da igreja, vai na cantina, banheiro, conversa na porta da igreja, nem aí para o que os outros estão falando. Mas se você não der a mesma atenção para o que ele falar é porque você está "desligado". 

No fundo o que ele mais fantasia é que um profeta se levante no meio da igreja, durante o culto, e bradar, com a igreja muda, todas as profecias e revelações referentes a ele, que ouviu nas 'reuniões de fogo' que visitou. Que a obra na vida dele é 'tão grande', mas 'tão grande', que ninguém ali estaria preparado para entender. Daí os irmãos, obreiros, o pastor, o passariam a vê-lo com outros olhos. Mas isso não acontece e ele vai embora pra casa 'marchando', se sentindo uma estrela não vista, um artista sem dar autógrafos, e já planeja mudar para a igreja onde rolou as revelações com ele. Um passo em direção ao desvio. Sua imaturidade não permite ver que lá encontrará problemas iguais ou até piores.

"Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada 
um considere os outros superiores a si mesmo". (Filipenses 2:3)

Outro fato que contribui para a apostasia é a mudança brusca de interpretação, sem base bíblica, do que é a "santificação" na vida cristã. A maioria dos evangélicos, diante de um grave problema pessoal começam a recorrer a reuniões de oração, algumas intituladas "fogo puro", onde a cobrança por 'santificação nas vestes' é áspera. Não é tolerado crente que usa bermuda ou camiseta, mesmo dentro de casa, e, segundo os mais rigorosos, até na hora de dormir. Falta pouco tomar banho de roupa. Há um repúdio para quem não se adapta as suas "doutrinas", como chamam, e cobram severamente de quem quer "receber alguma bênção". Mesclado a uma lista de podes e não podes, estes irmãos entregam um caminhão de revelações, e algumas "batem" com o que a pessoa está vivendo. Em meio a estes sermões exigentes, a pessoa que está numa baixa auto-estima em virtude de algum problema pessoal grave, acaba por se adaptar aos dogmas, no objetivo de ter aceitação social nestes grupos, e mais rapidamente ver sua bênção chegar. Ou seja, não houve nenhuma "libertação" de algum tipo de mundanismo, mas um interesse em não ser rejeitado das reuniões de fogo. 

Na realidade muitos destes 'profetas', quando iniciam na obra de Deus com sinceridade, humildade, e muita oração, (antes de tomarem posturas de julgarem e condenarem as pessoas), até são mesmo usados por Deus. Entregam revelações de assuntos íntimos, pessoais, impossíveis de saberem através de alguém, e por isso são vistos como irmãos consagradíssimos. Começam a ser mais respeitados do que o pastor da igreja. O líder de sua igreja não significa mais tanta coisa. Os irmãos dos "mistérios de fogo" agora são os "vasos" inseparáveis da caminhada cristã. Onde eles vão, vigílias, orações, vai toda aquela tropa de crentes, que não lê, não entende, nem procuram entender nada de bíblia, não sabem nem o que estão fazendo, mas adoram revelações, profecias, sonhos, visões e outros 'mistérios profundos'. Em pouco tempo de convivência percebe-se a malícia, disputa de profetas, de quem entrega mais revelações, e começa a divisão unida. Andam juntos, mas cada um por si. Fofocas, disse-me-disse, e quem vira as costas para ir pra casa dormir, descansar, ou resolver outros afazeres, é porque Deus 'arrancou' estes, e deixou os "mais puros ali" reunidos, para algo mais misterioso ainda. Só nunca se sabe o que. 

"Não deis ouvidos às palavras dos profetas, que entre vós profetizam; fazem-vos desvanecer; falam da visão do seu coração, não da boca do Senhor". (Jeremias 23:16)

Embora eu tenha um respeito enorme por estes irmãos, pois sei que no meio deles há muitos homens e mulheres de Deus, digo sem medo de errar: há muitos equívocos (mesmo que a intenção seja de nunca entregar falsas profecias), que atingem em cheio o coração das pessoas que seguem mais revelações do que a Palavra de Deus, e o resultado disso tudo é a pessoa, decepcionada, se desviar da igreja, e não acreditar em mais nada daquilo. E pode observar a vida destes rapazes dedicados a estes movimentos de fogo. Entra ano, sai ano, estão a mesma coisa. Não foram para outros países, como diziam as pseudo-revelações, não estão fazendo nada de extraordinário como se esperava, e vivem entregando quase as mesmas visões, mas para pessoas diferentes. Em muitos casos, não demora muito, se envolvem sexualmente com alguma moça da igreja, a namorada surge grávida, etc. Isso quando o escândalo não é o envolvimento com alguma destas irmãs casadas, que o marido fica sem comida pronta, a casa uma bagunça, e elas tem que ir "fazer o que Deus tá mandando". E enquanto nada é descoberto, estão lá, rasgando profecia pra todo lado.

"Nos profetas de Samaria bem vi loucura; profetizavam da parte de Baal, e faziam errar o meu povo Israel. Mas nos profetas de Jerusalém vejo uma coisa horrenda: cometem adultérios, e andam com falsidade..." (Jeremias 23:13-14)

Se você é cristão já a algum tempo, amadurecido, sabe que o que estou escrevendo aqui não é uma história que criei, algo da minha cabeça. Sabe que é uma realidade incontestável, isso se você mesmo já não passou por situações semelhantes. O que mais desejo em escrever artigos realistas não é dizer que sei mais da Bíblia, ou criticar igrejas ou pessoas, até porque nunca cito nomes. Mas o propósito é focar a sinceridade de coração na vida de cada cristão. 

Quando vivemos algo, porque a religião ou algum suposto 'profeta' ordenou, criamos uma falsa fé, uma hipocrisia, fazemos acepção de pessoas, julgamos, condenamos e amaldiçoamos pessoas. Quando vivemos uma fé sincera, embasada na Palavra de Deus, exercitamos o amor ágape, o amor verdadeiro, que ama aos irmãos, sejam eles ricos ou pobres. Que respeita profundamente o irmão que anda a pé ou que tem um carro importado. Que aconselha e ora pelo semelhante, ao invés de espalhar boatos que nem sabe se tem fundamento. Sua conduta e seus pensamentos estão voltados para uma reta justiça, e não a hipocrisia das aparências, a religiosidade e as suas demagogias. O seu coração é direcionado a atender ao Reino de Deus, ajudar sem olhar a quem, e ser apenas servo. Este é um grande passo para nunca se desviar dos Caminhos do Senhor!

"Por isso façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade". (1º Coríntios 5:8)

"Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus, antes falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus". (2º Coríntios 2:17)

Denis de Oliveira é pastor da Assembleia de Deus, Ministério Poder de Deus, RJ.

É ERRADO O CRISTÃO PARTICIPAR DAS MANIFESTAÇÕES NAS RUAS?


Foto Paulo Araújo / Agência O Dia
Nesta semana a imprensa não trata de outro assunto, senão os protestos que tomaram conta do país. Mesmo durante a Copa das Confederações, pois brasileiro adora futebol, o assunto 'esporte' tem ficado em segundo lugar na mídia. O que se vê nas capas de jornais e revistas, na internet, chamadas de telejornais, são as manifestações nas ruas do Brasil. A frase estampada em faixas e cartazes é: "O Gigante Acordou". O termo 'Gigante' é porque esta nação é muito grande, produz inúmeras riquezas, e o povo convive com uma enorme desigualdade social. Enquanto uns tem casas e apartamentos de luxo, carros importados, muitos outros não tem onde morar. Enquanto uns jogam comida fora, muitos outros não tem o que comer. 'Acordou', porque o povo brasileiro é conhecido pela passividade a todas as injustiças que sofre, na educação, saúde, transporte, moradia, segurança, ganhando um salário que não dá para muita coisa. E agora esta "paciência de Jó" parece ter chegado ao fim!

Mas e o que o cristão tem a ver com isso? Talvez alguns indaguem, embasados no pensamento cristão de que todos estes problemas são "espirituais". Não há dúvida que a maioria dos problemas que assolam uma pessoa pode ter mesmo uma raiz espiritual, quando absolutamente tudo na vida de uma pessoa parece dar errado. Todavia, nem sempre podemos atribuir detrminadas mazelas, como corrupção no país, impostos altos, preços subindo, desemprego, hospitais lotados, etc, a fatores espirituais. Aí já percebemos a ação do homem, assim como entendemos que o desequilíbrio ecológico existe em razão da destruição da natureza, como desmatamentos, poluições, e outros malefícios ao meio ambiente. Não atribuimos aos alagamentos, chuvas torrenciais, geleiras que se derretem, camada de ozônio sendo rompida, a motivos espirituais, porque já existe uma incessante campanha contra a destruição da natureza. Daí nosso entendimento nos faz diferenciar entre aquilo que é espiritual, e o que é humano. Porque se todos os erros fossem culpa do 'mundo espiritual' o homem não prestaria conta dos seus erros. Aqui no Brasil, a Floresta Amazônica, com 7% da superfície total do planeta, e abrigando cerca de 50% da biodiversidade mundial, é vista com certa preocupação por países de primeiro mundo, que tem apresentado projetos e se oferecido para proteger e cuidar em virtude dos desmatamentos que não são pequenos.

Será que diante das atitudes errôneas, que prejudicam a nação, seja na natureza ou na administração pública, o cristão deve cruzar os braços e "entregar nas mão de Deus", pois Ele "sabe de tudo"?! Devemos ficar passivos e assistir calmamente ao homem destruir árvores, verbas públicas, e ficarmos calados, omissos, diante de tamanhas injustiças com o nosso povo?! (Não estou me referindo a vandalismo e quebra-quebra, por favor. Me refiro as manifestações pacíficas, que a grande maioria tem feito. Aliás, não adianta nada lutar contra a injustiça cometendo atos injustos, destruindo patrimônios públicos, comércio, causando prejuízos a outros que estão trabalhando). Seria Jesus considerado então um "agitador", por expulsar os vendilhões do templo, de forma nada discreta? Jesus não estava irado, ou com ódio no coração, mas indignado, com uma situação errada. E indignação é um sentimento totalmente diferente de ódio, ira, ou falta de perdão. Você pode até perdoar, mas não deixará de sentir o natural sentimento de indignação diante daquilo que está errado! E somos convidados, pelo apóstolo Paulo, a sermos imitadores de Cristo. "Sede meus imitadores, como eu sou de Cristo". (1º Coríntios 11:1)

Diariamente enfrentamos os mais diversos problemas em nossa vida. Sejam familiares, no trabalho, com vizinho, no trânsito, etc. Nem sempre diante destes problemas ficamos apenas "entregando nas mãos do Senhor", mas agimos. Se o problema é com filhos, conversamos, advertimos, colocamos de castigo, e tentamos resolver, mesmo com muita oração. Se é com esposa(o), o diálogo é importante, o acordo, as economias do lar, etc. Enfim, os problemas até podem mesmo ter uma razão espiritual, mas isso não nos impede de agir, conversar, com equilíbrio e coerência, com oração, dentro do campo das nossas possibilidades. Sabemos que o Senhor Jesus cura, mas não deixamos de ir ao médico. Lucas, na bíblia, autor do evangelho que leva seu nome, era médico (Colossenses 4:14). Entendemos que, mesmo o Senhor nos guardando, nos livrando de todo mal, sendo a nossa proteção "sob o esconderijo do Altíssimo", como nos reforça o Salmo 91, não deixamos de trancar as portas de casa, ao sair, ou na hora de dormir. Nas casas de muitos de nossos irmãos vemos muros com cacos de vidros, portas bem trancadas, reforços nos portões com cadeados, cachorro no quintal. Ou seja, o fator "vigilância" humana, que entra em ação, ao invés de ficar apenas "repreendendo" na área espiritual.

Partindo deste princípio, de orar e também agir, é que as manifestações pacíficas, sem vandalismo, sem destruição do patrimônio público, é que são válidas, e mais: são a identidade do protestante, que se origina no termo protesto, contra o erro, a injustiça, a desigualdade. O grande movimento pelos direitos civis nos EUA, era liderado pelo pastor Martin Luther King Jr. A Reforma Protestante iniciou com Martinho Lutero, protestando contra a venda de indulgências e outros erros. Estes homens tornaram-se referências as reivindicações àquilo que é de direito, da voz calada da população, do sofrimento da nação com inúmeras injustiças na área social. Agora, o povo brasileiro começa a sair da caverna, a sair do Egito, e erguer a voz contra o pecado dos homens que nos representam, que nós os elegemos e os colocamos lá. O povo está cansado só de cobranças, cobranças e mais cobranças. Inúmeros impostos, bilhões arrecadados, e o povo sofrendo. Se você não pagar uma conta, você é cobrado. Agora chegou a vez de cobrar deles.

"A Reforma Protestante só foi vitoriosa porque houve discussões. Se fosse correta a opinião de certas pessoas que amam a paz acima de tudo, nunca teríamos tido a Reforma. Por amor à paz deveríamos adorar a virgem Maria e nos curvar diante de imagens e relíquias até o dia de hoje. O apóstolo Paulo foi a personalidade mais agitadora em todo o livro de Atos, e por isso foi espancado com varas, apedrejado e deixado como morto, acorrentado e lançado na prisão, arrastado diante das autoridades, e só por pouco escapou de uma tentativa de assassinato. Suas convicções eram tão decididas que os judeus incrédulos de Tessalônica se queixaram: "Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui" (At 17.6). Deus tenha misericórdia dos pastores cujo alvo principal é o crescimento das suas organizações e a manutenção da paz e da harmonia. Eles até poderão fugir das polêmicas, mas não escaparão do tribunal de Cristo". John Charles Ryle

"Se a um irmão ou a uma irmã faltarem roupas e o alimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, mas não lhes der o necessário para o corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se não tiver obras, é morta em si mesma". (Tiago 2:15-17)

Denis de Oliveira é pastor da Assembleia de Deus, Ministério Poder de Deus, RJ.

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A SÃ DOUTRINA - Doutrinas X Usos e Costumes


“Se alguém ensina alguma doutrina diversa, e não se conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, é soberbo, e nada sabe”. (1 Timóteo 6:3)

O ensinamento doutrinário na igreja deve estar de acordo com a Bíblia. O que não estiver nas Sagradas Escrituras, não pode ser considerado como “Doutrina”. O apóstolo Paulo afirmou: “Mas ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema”.(Gálatas 1:8) Sendo assim, o que está na Bíblia deve ser observado e respeitado. E o que não está na Bíblia, ou seja, outro evangelho, deve ser anátema (traduzindo: expulso do nosso meio). É o que nos ensina a Palavra de Deus!

Porém, infelizmente há pessoas que confundem doutrina com usos e costumes. Doutrina é o que está na Bíblia. Usos e Costumes são dogmas, tradições de uma cultura local, de um povo ou nação, e não se encontram nas Escrituras. Por exemplo: a uns quarenta anos atrás, algumas igrejas proibiam: ouvir rádio; beber refrigerantes; mascar chiclete; usar perfume; mulher não podia andar de bicicleta; mulher não podia ser vista conversando com homem algum; o casal de namorado não podia andar nem de mãos dadas! Calça jeans era sinal de fraqueza espiritual e a pessoa estava prestes a sair da igreja. E além do paletó e a gravata, tinha que usar um chapéu! Pergunta: Onde foram parar estas “doutrinas”? Não eram de Deus? E se eram, porque acabaram?? Se não eram de Deus, porque permaneceram por tanto tempo, suspendendo e excluindo irmãos da igreja?? Acabaram, porque não passavam de doutrinas de homens!

"Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: não toques, não proves, não manuseies? As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; as quais tem, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne". Colossenses 2: 20-23

No versículo acima o apóstolo Paulo adverte aos Colossenses que todas essas doutrinas dos homens perecem!!!

“Fostes comprados por bom preço. Não vos façais escravos dos homens”. (1 Cor. 7:23)


Um exemplo bíblico dos que viviam na doutrina dos homens está em Marcos 7:1-8. Veja o que Jesus disse nesta passagem:

“Foram ter com Jesus os fariseus, e alguns dos escribas vindos de Jerusalém, e repararam que alguns dos seus discípulos comiam pão com as mãos impuras, isto é, por lavar. Pois os fariseus, e todos os judeus, guardando a tradição dos anciãos, não comem sem lavar as mãos cuidadosamente; e quando voltam do mercado, se não se purificarem, não comem. E muitas outras coisas há que receberam para observar, como a lavagem de copos, de jarros e de vasos de bronze.

(Note que eles observavam vários dogmas - as tradições dos anciãos)

Perguntaram-lhe, pois, os fariseus e os escribas: Por que não andam os teus discípulos
conforme a tradição dos anciãos, mas comem o pão com as mãos por lavar? Respondeu-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim; mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens”.

Jesus chama de hipócritas, como já havia profetizado Isaías, aqueles que, ao invés de seguirem o mandamento de Deus, que está na Bíblia, seguem tradições, costumes impostos pelos homens. Aliás, se voce é um leitor assíduo das Escrituras, vai notar nos evangelhos, que os escribas, fariseus, hipócritas eram conhecidos pela roupa! Isso mesmo!!! Queriam sempre mostrar boa aparência exterior:

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia”.(Mateus 23:27)

Jesus nunca se vestiu de maneira especial para mostrar que era o Filho de Deus. Para Judas o identificar dentre os outros, teve que lhe dar um beijo, senão os homens não saberiam qual era. Se Jesus usasse alguma roupa especial, diferente, Judas apenas diria:

“-Aquele que está com a roupa tal, da cor tal, etc...”

Mas não. Judas teve que dizer:

“Aquele que eu beijar, esse é: prendei-o”. (Mateus 26:48)

A santidade de Jesus não estava em roupas, mas em amor e sinceridade!!! E o pior de quem segue todos estes costumes de homens, é que além de seguirem estas "doutrinas", ainda julgam e condenam todos os outros que não acompanham suas tradições. Jesus advertiu contra isso em Marcos 7. E o apóstolo Paulo aconselhou em Romanos 14:4,5:

“Quem és tu, que julgas o servo alheio? Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em seu próprio ânimo. Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz. E quem come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus”.

Esta maravilhosa passagem de Romanos nos mostra que jamais devemos julgar nosso próximo por motivo algum. Seja por dogmas da igreja, costumes de roupas, e demais coisas de homens, que não se encontram nas Escrituras. As roupas, desde o tempo de Jesus aos dias atuais, mudaram muito. Se houvesse alguma doutrina bíblica específica sobre roupas, teríamos que usar túnicas, mantos, aqueles vestidos enormes. Roupas sociais foram inventadas muito tempo depois de Jesus. Muitas igrejas que pregam sobre roupas usam como apoio, interpretando erroneamente Efésios 4:17:

“Portanto digo isto, e testifico no Senhor, para que não mais andeis como andam os gentios, na vaidade do seu sentido”.

Mas será que este “andar” desse versículo trata de roupas? Essa VAIDADE trata das vestes apenas?? Observe que Paulo fala da "...vaidade do seu sentido...", e não da vaidade das vestes! Senão, vejamos o que nos diz os versículos restantes, do 25 ao 32:

“Pelo que deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo...Irai-vos, e não pequeis...
não deis lugar ao diabo...Aquele que furtava, não furte mais...Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe...E não entristeçais o Espírito Santo de Deus...Toda a amargura, e cólera, e ira,
e gritaria, e blasfêmia sejam tiradas dentre vós, bem como toda a malícia.”

Você percebeu que o “andar” de que fala a Bíblia, trata do caráter, e não do exterior do homem. Que a"vaidade" não se trata apenas das roupas, mas da integridade do cristão. É verdade que há mesmo vaidade nas roupas indecentes. Mas não estou defendendo isso. Porque como fica quem não usa o que é indecente?! Estará em pecado porque não adota uma regra?? Nota-se entre muitos dos homens que pregam doutrinas de roupas, as malícias, contendas, invejas, fofocas, confusões, fruto dos julgamentos a que vivem acusando o próximo, ao invés do amor. A Bíblia nos ensina a amar e orar pelo irmão, ao invés de julgar. Este estudo não tem o propósito de dizer que você não possa ter uma boa ética, de se vestir decentemente, para fazer a obra de Deus. Mas mostrar como é errado julgar segunda a parência.

"Não julgueis segundo a aparência, mas sim pela reta justiça". (João7:24)

Quando Deus mandou Samuel ungir a Davi como rei de Israel, Samuel viu Eliabe, e disse:

“Certamente está perante o Senhor o seu ungido. Mas o Senhor disse a Samuel:
Não atentes para a sua APARÊNCIA, nem para a grandeza da sua estatura,
porque eu o rejeitei. Porque o Senhor não vê como vê o homem,
pois o homem olha para o que está diante dos olhos,
porém o Senhor olha para o coração”.
(1 Samuel 16:6,7)

Como é errado julgar as pessoas segundo a aparência! Muitas igrejas jogam mais pessoas no mundo do que ganham para o Reino de Deus. Toda doutrina de homem, imposta pelo homem, não surte outro efeito senão a apostasia, ou seja, o abandono da fé. Quem faz a obra é o Espírito Santo, e não o homem, com cobranças. Saul tentou impor a Davi as roupas com as quais ele deveria lutar contra Golias. Veja o que diz 1 Samuel 17:38 e 39:

“Então disse Saul a Davi: Vai, e o Senhor seja contigo. E vestiu a Davi da sua própria
armadura, pôs-lhe sobre a cabeça um capacete de bronze, e o vestiu de uma couraça”.

A intenção de Saul era até boa, pois ele pensava que Davi iria precisar das armaduras (roupas) para pelejar contra Golias. Mas não foi assim:

“Davi cingiu a espada sobre a armadura e procurou em vão andar, pois não estava acostumado àquilo. Então disse Davi a Saul: Não posso andar com isto, pois não estou acostumado. E Davi tirou aquilo de sobre si”.

O homem, até bem intencionado, pensa que venceremos o inimigo, com armaduras exteriores. Mas Efésios 6:10 nos ensina a vestir a Armadura de Deus, ou seja, Armadura Espiritual. Quanto a você ter uma posição diferente, isso é entre você e Deus. Porém, não julgue que seu irmão tenha que ser igual a você. A Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus, nos ensina a identificar o verdadeiro servo de Deus, aquele que realmente é discípulo do Senhor Jesus. Quer saber que versículo é esse? É fácil. Está em João 13:35:

“Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos,
se tiverdes amor uns aos outros”.

A SÃ DOUTRINA - Parte 2 - Roupas de Homem. Roupas de Mulher


"Não haverá traje de homem na mulher, e não vestirá o homem vestido de mulher, porque qualquer que faz isto é abominação ao Senhor teu Deus". (Deuteronômio 22:5)

Muitos pregadores que condenam os outros com "doutrinas de roupa", só são vistos como "moralistas" com a passagem de Deuteronômio 22:5, porque poucas pessoas se dão o trabalho de ler o restante dos versículos. Ninguém pode pegar um versículo isolado e fazer de doutrina. A bíblia toda se completa, sem confusão, sem contradição, certo? Então leia o que diz os versículos que seguem logo depois que diz sobre traje de homem e de mulher:

"Quando edificares uma casa nova, farás no teu telhado um parapeito, para que não tragas sangue sobre a tua casa, se alguém dali cair". (Versículo 8)

Algum destes pregadores ensinam também esse versículo? Ora, ele vem logo depois do que fala sobre os trajes! Constroem eles parapeitos nas suas casas? Estão eles em pecado??? Leia também o versículo 12:

"Porás franjas nos quatro cantos da tua manta, com que te cobrires". (Versículo 12)

Ôpa, mais um pecado! Onde estão as mantas destes pregadores??? Estão eles sem santificação??? Amados irmãos, todo aquele que estuda a Palavra de Deus com sinceridade descobre os erros, e por isso Jesus disse:

"Errais não conhecendo as Escrituras e nem o poder de Deus". (Mateus 22:29)

Não podemos concordar jamais com os liberalismos que existem por aí, e fazer a obra de Deus de qualquer maneira. Mas retirando as indecências que existem no mundo, não existe calça-comprida feminina e decente? Será que o radicalismo de proibir a mulher de usar calça salva alguém? Alguns líderes suspendem e até excluem irmãs da igreja, com suas doutrinas de roupa, mas não disciplinam as que causam confusões e intrigas com fofocas e outros sérios problemas.

Há calça-comprida feita exclusivamente para mulher. Ou seja, é calça de mulher, feita para mulher, logo não é "traje de homem". Pode haver semelhança, como camisas que são semelhantes. Notamos que esta passagem de Deuteronômio 22:5 faz alusão aos que queriam usar as roupas do sexo oposto, talvez numa intenção de homossexualismo. Leia o que diz: "Não haverá traje de homem na mulher, e não vestirá o homem vestido de mulher..." Portanto, eles sabiam qual era a roupa de homem, e qual era a roupa de mulher! O que poucos pregam é que esta é uma lei do Velho Testamento, da mesma forma que a lei ordenava apedrejar mulheres pegas em flagrante de adultério, como está no evangelho de João capítulo 8:

"Ora, Moisés nos ordena na lei que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?" (João 8:5)

Veja que Moisés havia ordenado. E realmente está no livro de Levíticos 20:10. Mas estava aonde? Na lei!!!! Os livros de Gênesis a Deuteronômio fazem parte do pentateuco, os livros da lei. Isso significa que devemos abolir o velho testamento? Claro que não, pois no Novo Testamento, que significa Novo Pacto, Nova Aliança, se esclarece o que estava no Velho Testamento, como é o caso de João 8.

"Aquele dentre vós que está sem pecado seja o primeiro que lhe atire uma pedra".

Jesus chama de "acusadores" os que queriam apedrejar a mulher adúltera. Atualmente muitos vivemapedrejando o seu próximo, condenando por aparências, doutrinas de homens. Veja que advertência faz o nosso Mestre! Jesus não condenou aquela mulher que estava em adultério, pega no flagrante. O Senhor a avisou para não pecar mais, claro. Mas não a condenou! E hoje muitos querem condenar um irmão apenas por aparências. Misericórdia!!!

Do que adianta a mulher usar a saia, e usá-la justa demais ou curta? Não está a pessoa se vestindo pior do que a que usa uma calça-comprida decente?! Será que esta "doutrina" prevalece em todos os lugares do mundo? Então vejamos: Em Moscou, capital da antiga União Soviética, a temperatura chega a -40 Graus abaixo de zero. Isso mesmo. Um frio tão grande que muitas pessoas morrem somente de frio. Será que alguma "irmã" usaria a saia em Moscou??

Se a calça-comprida é "traje de homem" seria inaceitável usá-la por debaixo da saia, devido ao frio. Ou vestiria o "pecado" por causa do frio?? A palavra santificação significa separação. A pessoa que se santifica, ela se separa do mundo e suas práticas pecaminosas. Se despoja do velho homem, que deseja o pecado, a prostituição, as bebedeiras, os vícios, as orgias, etc. O "velho homem" é o velho querer, as antigas vontades do pecado. Efésios 4:25-31 explica bem essa parte. Se você falava mal do seu próximo, não irá falar mais, pois você estará santificando os seus lábios.

"Irmãos, não faleis mal uns dos outros". (Tiago 4:11)

Mas ainda assim os pregadores que não conhecem a bíblia, com suas "doutrinas" de roupas e de homens, "doutrinas" essas que não estão na bíblia, pregam erroneamente Tessalonicenses 5:23:

"E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, e alma e corpo..."

Realmente devemos nos santificar em tudo. O nosso corpo é templo do Espírito Santo. Não pode ser entregue a indecência, a prostituição, a bebidas, etc. Quando você se converteu, você abandonou o pecado. Afinal, você mudou. Deus operou uma separação entre você e o mundo. A santificação é operada por Deus. Lembra-se do início do versículo? Leia:

"E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo..."

Ou seja, é ELE quem santifica. É Deus quem opera. É Ele quem toca no homem para abandonar o pecado. E não o homem com cobranças de doutrinas de roupas. Para confirmar esta certeza, basta ler o versículo 24:

"Fiel é o que vos chama, o qual também o fará". (versíc. 24)

É ELE quem faz. É Deus, através do seu Santo Espírito, é que pode tocar no homem, convencer o homem do pecado. Todo tipo de pregação deve ser analisada à luz das Escrituras. Lembre-se dos crentes de Beréia, onde foi Paulo e Silas, em Atos 17:11. Tudo que os crentes bereanos ouviam, conferiam nas escrituras para ver se realmente era assim. E aceitaram a pregação, e a bíblia diz que eles foram mais nobres que os de Tessalônica. Preste bem atenção no versículo abaixo, para edificação da sua vida espiritual e você entender melhor:

"Ora, estes eram mais nobres do que os de Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando diariamente as Escrituras para ver se estas coisas eram assim". (Atos 17:11)

Veja que bênção! Eles conferiam nas Escrituras tudo que era pregado, e aí sim aceitavam. E foram mais nobres que os de Tessalônica. Paulo e Silas não se sentiram ofendidos pelo fato deles conferirem com as Escrituras o que se pregava. Muito pelo contrário, era bom que eles conferissem mesmo, pois isso demonstrava uma busca sincera pela verdade. Quem busca o caminho da verdade é que busca conferir o que se diz. Quem quer viver no erro jamais vai se arriscar a verificar alguma coisa. O próprio Jesus ordenava "examinar" as Escrituras. (João 5:39)

Quem está na luz não fica confuso, não fica turbado, não erra o caminho. O que acontece quando falta luz em casa? Você pode tropeçar ou esbarrar em alguma coisa, não é? Mas quando a luz chega você vê tudo e não tropeça. A Palavra de Deus é a luz para o seu caminho. "Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho". (Salmo 119:105) Devemos ter muito cuidado com a falsa capa de religiosidade que ronda muitas igrejas. Apocalipse 2:18,19 adverte a igreja de Tiatira pelo seguinte:

"Ao anjo da igreja em Tiatira escreve...Conheço as tuas obras, e o teu amor, e a tua fé, e o teu serviço, e a tua perseverança...Mas tenho contra ti que toleras a mulher Jezabel, que se diz profetisa; ela ensina e seduz os meus servos a se prostituírem e a comerem das coisas sacrificadas a ídolos".

A opção do inimigo contra esta igreja foi introduzir uma mulher que se dizia profetiza, que operava com dons. Jezabel era filha do Rei do Sidônios (1 Reis 16:31) uma adoradora de Baal. O Rei Acabe se casou com esta mulher e permitiu que ela introduzisse a adoração a Baal em Israel. Ela tinha 400 profetas que comiam da sua mesa, desfrutando de status e privilégios. Muitos pensam que o Senhor sonda as roupas para qualificar alguém, segundo a aparência. Mas este é um erro terrível. A capa de religiosidade de Jezabel ronda muitas igrejas pelo mundo. Mas à igreja de Tiatira o Senhor Jesus deixa claro em Apoc 2:23 que não é bem a roupa que Ele sonda não:

"E todas as igrejas saberão que eu sou aquele que sonda os rins e os corações".

A SÃ DOUTRINA - Parte 3 - Coração Convertido

"E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus". (Joel 2:13)

O homem pode criar, sem sabedoria da Palavra de Deus, um monte de proibições que só trazem confusões e não frutos. Confusões porque nenhumas das "doutrinas de roupas" tem fundamento bíblico. E quando tem, são versículos isolados, sem explicações E se perguntarmos muito, eles ficam sem respostas e chateados. Perguntar não é pecado! Jesus respondia a todos que o questionava e deixava os escribas e fariseus sem resposta!!! Ou seja, o Senhor Jesus quer que estejamos bem esclarecidos da verdade da sua Palavra para não sermos enganados.

"Fugi dos escribas, que gostam de andar com vestes compridas". (Marcos 12:38)

O Senhor quer que todos nós andemos no prumo. No prumo do amor ao próximo. No prumo do perdão. No prumo da oração, do jejum, da evangelização, da leitura da Palavra e a sua obediência. Mas a Bíblia nos avisa que no fim dos tempos surgiriam homens:

"...traidores, atrevidos, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo APARÊNCIA de piedade, mas negando-lhe o poder. Afasta-te também desses". (2 Tim 3:4,5)

Talvez seja por isso que o Senhor Jesus não se preocupou com aparências ao vir a este mundo. A Bíblia nos relata um Mestre bem simples:

"Não tinha formosura nem beleza; e quando olhávamos para ele, nenhuma beleza víamos,
para que o desejássemos".
(Isaías 53:1,2)

Realmente o Senhor não olha mesmo para a aparência do homem! Quando lemos as sãs doutrinas da Palavra de Deus, percebemos que os pensamentos de Deus não são os pensamentos do homem. Toda doutrina tem que ser bíblica e a própria Palavra de Deus nos mostra isso. O apóstolo Paulo mostra qual é a doutrina:

"Os mentirosos, os perjuros, e para tudo que for contrário à sã doutrina, SEGUNDO O EVANGELHO da glória do Deus bendito, que me foi confiado". (1 Timóteo 1:10, 11)

Veja que a Sã Doutrina tem que ser SEGUNDO O EVANGELHO da Glória do Deus Bendito! Sim, a verdadeira, imutável, santa, única doutrina verdadeira. Aliás, Jesus nunca mudou. Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Os homens é que mudam, ora proibindo uma coisa, ora proibindo outra. Há igrejas que para entrar tem que tirar o sapato, outras tem que estar com a gravata, outra não pode barba, outras já tem que usar a barba!

"Não julgueis pela aparência mas julgai segundo a reta justiça". (João 7:24)

O versículo acima recomenda o que este estudo pretende lhe explicar: a não julgar ninguém segundo a aparência. Os maiores enganos nas igrejas vem devido a este julgamento. E a isso a Bíblia adverte:

"Pois os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, disfarçando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porquanto o próprio Satanás se disfarça em anjo de luz". (2 Coríntios 11:13,14)

Veja que coisa terrível! O apóstolo Paulo alerta sobre os falsos apóstolos, e diz que o próprio Satanás se disfarça em anjo de luz!!! Que grande perigo é considerarmos alguém pelas suas vestes e acharmos que este está santificado! Este é um dos maiores enganos, como nos mostra a Bíblia. Veja como a exortação é mais clara ainda:

"...a fim de que tenhais que responder os que se gloriam na aparência , e não no coração".
(2 Coríntios 5:12b)

Existe uma conversa dos doutrinadores de roupa, que "Jesus não quer só o coração, mas o corpo todo". Sim, é verdade! Para a obra de Deus realmente é o corpo todo. Mas julgar o próximo, por não ter doutrinas de roupas, a Bíblia condena. Viver sob o julgo pesado do homem, cria mais apostasia (abandono da fé) do que frutos com suas proibições e exclusões.

"Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens...Todas as suas obras eles fazem a fim de serem vistos pelos homens; pois alargam os seus filactérios, e aumentam as franjas dos seus mantos". (Mateus 23:4,5)

Glória a Deus!!! Como a palavra de Deus é clara! Nos mostra como muitos dos homens querem impor aquilo que não está na Bíblia, com cobranças, e que não surte outro efeito senão o de servir de fardo. Muitos ainda se desculpam, dizendo que suas doutrinas de roupas compridas são consideradas loucura, porque nós cristãos realmente devemos ser como loucos para o mundo. Mas não é neste sentido, e o versículo abaixo explica isso:

"Porque, se enlouquecemos, é para Deus". (2 Coríntios 5:13)

Somos considerados loucos por amor a Cristo, por pregar a palavra da cruz e não por práticas loucas. Leia:

"Porque a palavra da cruz é deveras loucura para os que perecem;
mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus."
(1 Coríntios 1:18)

Veja que somos chamados de loucos por amor a Cristo, e não por doutrinas de homens. Algumas igrejas evangélicas vieram através de missionários de outros países, onde a cultura e a tradição influenciaram nas vestes. É preciso observar que num país de clima tropical como o nosso, usar roupas compridas vai significar sacrifício de tolo ao invés de santidade.

"Ora, daqueles que pareciam ser alguma coisa (quais outrora tenham sido, nada me importa, Deus não aceita a aparência do homem), esses, digo, que pareciam ser alguma coisa, nada me acrescentaram". (Gálatas 2:6)

Somente os que fazem a obra de Deus com amor e sinceridade com seu próximo é que podem acrescentar em alguma coisa. Já vimos no decorrer de nossa vida cristã pregadores famosos, que eram vistos como "grandes", terminarem sua carreira envolvidos em escândalos, pecados ocultos que ninguém suspeitava por julgar pela aparência. A Bíblia sempre nos adverte a ter cuidado com falsos profetas, enganadores, justamente porque eles se levantariam em nosso meio, ensinando sutilmente o que não está nas Escrituras.

"Mas houve também entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá falsos mestres, os quais introduzirão encobertamente heresias destruido-ras...E MUITOS seguirão as suas dissoluções, e por causa deles será blasfemado o caminho da verdade". (2 Pedro 2:1a,2)

Heresia é tudo aquilo que não está na Palavra de Deus e tenta ser passado como fundamento de fé. E é destruidora porque ao invés de produzir frutos, traz turbação, confusão e por fim, a apostasia. Traz turbação porque as pessoas não encontram tais "doutrinas" (heresias) na Bíblia, e vê outros pregadores pregando contra estas heresias, e usando a Palavra de Deus.

É incrível como muitas pessoas se deixam levar por qualquer coisa que se diga em cima de um púlpito, sem ao menos se dar ao trabalho de conferir na Palavra de Deus se está certo, como os crentes bereanos. (Atos 17:11)

Toda santidade vem da sinceridade de coração, e não por imposição do homem. Toda doutrina tem que estar claramente baseada nas Escrituras Sagradas. E no que diz respeito as doutrinas, a Palavra de Deus é clara, assim como a Bíblia diz claramente dos dízimos e ofertas, sem precisar de outras interpretações. Está escrito claramente, abertamente, sem meios termos.

O maior erro de muitas igrejas é querer converter todo mundo. E Jesus não ordenou isso. Ele disse:

"Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado". (Marcos 16:15)

Temos realmente que ter um prumo em nossas vidas. O prumo do amor ao próximo, da sinceridade, da oração, da comunhão com os irmãos sem falsidades, da evangelização, da obediência a Palavra de Deus.

"Olhais para as coisas segundo a aparência? Se alguém confia de
si mesmo que é de Cristo, pense outra vez isto consigo, que,
assim como ele é de Cristo, também nós o somos".

(2 Coríntios 10:7)

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