
À noite o pai entrega-lhe um cobertor, uma lanterna e um lanche. O Raúl, com uns olhitos suplicantes, tenta demover o pai. Não serve de nada. O indicador estendido do pai aponta-lhe a cama - o palheiro. Lá há muitos ratos, cobras, muitos bichos. O Raúl tem medo. O pai quase se arrepende da sentença. O pequenito afinal iria ficar sujeito a muitos perigos. Mas castigo, é castigo. Palavra de pai não volta atrás. O Raúl tem que aprender a ser obediente, a ter cuidado.
E lá foi o Raúl com o coração a bater acelerado e de lágrimas nos olhos. Deitou-se receoso. Custou-lhe adormecer. Deu muitas voltas, espreitou muitos fantasmas, ouviu muitos ruídos. Mas o sono foi mais forte.
O Raúl dormiu mesmo no palheiro. O pai tinha sido muito severo. Só que, ao acordar no outro dia de madrugada, sentiu um corpo quente encostado ao seu. O pai estava dormindo ao seu lado.
"Porque eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento". (Mateus 9:13)
Nenhum comentário:
Postar um comentário